A agricultura é essencial para a segurança alimentar da população e para o nosso negócio. Cadeias produtivas que envolvem o fortalecimento da agricultura familiar e fomentam práticas ambientais adequadas, respondem aos desafios de sustentabilidade relacionados à nossa cadeia de fornecedores e criam condições para o desenvolvimento do país.
Estratégia
- Utilizar 80% de açúcar certificado até 2020, por meio do engajamento dos fornecedores.
- Fortalecer a agricultura familiar por meio da nossa cadeia de frutas e chás.
- Consolidar as cadeias produtivas do Amazonas, contribuindo para o desenvolvimento do interior do estado, incentivando a economia da floresta em pé.
Na Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável das Nações Unidas, uma das metas é garantir sistemas sustentáveis de produção de alimentos com a implementação de práticas agrícolas resilientes, aumentando a produtividade, ajudando a manter os ecossistemas e fortalecendo a capacidade de adaptação às mudanças climáticas.
Segundo a ONU, a agricultura é o maior empregador do mundo, responsável pelo consumo familiar de 40% da população global, representando a principal fonte de renda e trabalho no campo (1).
Frutas, erva-mate, chás e açúcar são os principais insumos agrícolas de nossas bebidas. Não podemos dissociar nossa produção do campo. Por essa razão, queremos estar cada vez mais próximos dos fornecedores e garantir que adotem os melhores padrões de gestão e qualidade, assegurando práticas sustentáveis de cultivo. Princípios como, o respeito aos direitos humanos e trabalhistas, a minimização dos impactos ambientais e o apoio às comunidades são fundamentais e imprescindíveis.
Em 2016, conseguimos estreitar nossa relação com os pequenos produtores. Estabelecemos também uma importante parceria com a Imaflora, que atuará na implantação de sistemas agroflorestais na cultura do guaraná, no Amazonas.
Como grande comprador de insumos agrícolas, sabemos o quanto podemos influenciar essa cadeia produtiva, incentivando o uso de métodos sustentáveis, aliando desenvolvimento social à conservação ambiental. Uma de nossas prioridades é a proteção dos direitos à terra das comunidades locais e o combate ao seu uso ilegal. A política global da The
(1) Fonte: Nações Unidas no Brasil, site: https://nacoesunidas.org/pos2015/principais-fatos/
Cadeia do açúcar
Os fornecedores de açúcar representam um dos elos mais relevantes da nossa cadeia de valor e ao mesmo tempo um grande desafio. A amplitude do setor e as distintas características dos produtores fazem com que nossos mecanismos de monitoramento tenham que ser cada vez mais aperfeiçoados. Alguns agricultores chegam a ter 700 fazendas de diferentes tamanhos – incluindo algumas de base familiar.
Atualmente, temos 31 usinas homologadas, localizadas nas regiões Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste. São Paulo corresponde a 65% do volume de produção adquirido. Nossos Princípios de Conduta para o Fornecedor (SGP, na sigla em inglês), norteiam a gestão de toda a cadeia de suprimentos, com critérios que enfatizam a importância de políticas e práticas responsáveis no local de trabalho e que estejam em conformidade, com leis ambientais e trabalhistas.
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Outra importante ferramenta de acompanhamento e melhoria dos processos dessa cadeia é a certificação internacional Bonsucro. Promovida pela organização global multi-stakeholder, de mesmo nome, sediada em Londres, seu objetivo é alavancar a sustentabilidade no setor sucroalcooleiro. Além de estabelecer uma série de critérios ambientais e de direitos humanos e trabalhistas, promove maior eficiência operacional.
Em 2016, o percentual de açúcar comprado pelo Sistema
(2) No Relatório de Sustentabilidade 2014-2015 foi informado o percentual de 45% do volume de açúcar comprado com certificação, em 2015. Entretanto, esse percentual foi estabelecido com base em uma projeção feita em 2012. O volume de açúcar comprado com certificação Bonsucro foi de 31,5%
(3) Além da mudança no critério de reporte, uma parte dos dados referentes ao Sudeste foi estimada

Para aumentarmos o engajamento dos fornecedores na adoção de melhores práticas, estabelecemos, a partir de 2017, o compromisso para a certificação sustentável do açúcar no triênio 2017/2019 como requisito obrigatório. Serão aceitos, preferencialmente, o padrão Bonsucro ou, como alternativas, a certificação Rainforest, SAI, ISCC ou ISO 14000, esta última acrescida do SAGP - Princípios de Conduta para a Agricultura Sustentável, que é um desdobramento do SGP, com foco na agricultura, elaborado pela The
Do total de usinas de açúcar homologadas em nossa base de suprimentos, 42% já têm certificação Bonsucro, 96,7% têm certificação em Segurança de Alimentos FSSC 22000 (3,3% em fase de implementação), 45% têm a ISO 9001, 16% têm a ISO 14000 e 3% a OSHAS 18000.
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Os novos fornecedores que não sejam certificados em algum padrão reconhecido de açúcar sustentável, só serão aceitos mediante a adesão desse compromisso. Acreditamos que essa medida será fundamental para o cumprimento da nossa meta de alcançar nos próximos três anos a utilização de 80% de açúcar certificado.
Cientes dos desafios dessa cadeia produtiva no cumprimento de direitos trabalhistas e humanos e no respeito às normas ambientais, realizamos avaliações de impactos ambientais, práticas trabalhistas, direitos humanos e impactos na sociedade em todos os fornecedores de açúcar, a cada dois anos. Do total de usinas de açúcar homologadas em nossa base de suprimentos, 42% já têm certificação Bonsucro, 96,7% têm certificação em Segurança de Alimentos FSSC 22000 e 45% têm a ISO 9001.
Em 2016, dos 19 auditados (4), 100% estavam em conformidade com relação aos requisitos ambientais, sociais e de direitos humanos e 11% (dois), apresentaram não conformidades trabalhistas. Entre as questões identificadas, destacam-se horas extras não registradas, ausência de certidão negativa do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) e média de horas trabalhadas acima do limite legal.
Todas as ações corretivas relacionadas às não conformidades identificadas exigem o envio de planos de ação por parte dos fornecedores. A reincidência de não conformidades, dependendo de sua natureza e/ou impacto, pode eventualmente resultar no descredenciamento do fornecedor. O acompanhamento da implementação desses planos é feito diretamente pelo corporativo da The
Além disso, o desempenho de fornecedores passa pela avaliação anual das diretorias de Qualidade, Segurança e Meio Ambiente (QSE) e Suplly Chain, e a governança aplicada aos fornecedores é auditada pela The
(4) A diferença do número de fornecedores avaliados de 2015 para 2016 é por causa da mudança no critério de reporte. Anteriormente, eram considerados 100% dos resultados acumulados no biênio e a partir de 2016 são analisados apenas os fornecedores auditados no ano de referência do relatório
Cadeia de frutas e chás
Com características bem distintas da cadeia de açúcar, o cultivo de frutas e chás, tem um perfil de produtores, em sua maioria de pequeno porte, com a participação de intermediários no processo de negociação e limitações de aperfeiçoamento tecnológico, de investimentos e até mesmo de manejo ambiental.
A sazonalidade da produção, a permanência do agricultor no campo e a necessidade da proximidade das plantações com as fábricas processadoras, uma vez que a distância impacta nos custos de transporte e na qualidade das frutas, são outras dificuldades a serem superadas. Mas, apesar dos desafios, é nessa cadeia produtiva que também estão as maiores oportunidades de transformação. Nossa intervenção nesse setor ocorre por meio da joint venture Leão Alimentos e Bebidas, que tem em seu portfólio néctares, bebidas mistas, sucos, refrescos, repositores, chás e também agora, café torrado em grão ou em pó.
Cerca de 80% do plantio de frutas, como goiaba, manga, maracujá e outras, envolve agricultores de base familiar. Parte desse percentual está organizada em cooperativas ou associações. As indústrias que fazem o beneficiamento da fruta em polpa e suco também integram nossa cadeia de suprimentos e são submetidas aos critérios dos Princípios de Conduta para o Fornecedor (SGP).
Para aumentarmos nossa proximidade com esses pequenos agricultores e com a indústria primária, prosseguimos, no último ano, com o planejamento de ações que envolvem orientações de boas práticas agrícolas e manejo sustentável das áreas, além de atuarmos em demandas não programadas. Dois importantes projetos que começamos a desenvolver, a partir da estiagem que vem atingindo o Espírito Santo, foram o de Infraestrutura verde e o de eficiência na irrigação (leia mais no capítulo sobre água). Na cultura da erva-mate, árvore nativa da região Sul, nossa relação com os produtores ocorria, principalmente, por meio dos ervateiros, que compram a planta dos agricultores e fazem o primeiro beneficiamento para fornecer a Leão. A dificuldade desse modelo, muito fragmentado comercialmente, é que chegava a envolver de 30 a 40 ervateiros, que por sua vez se relacionavam com cerca de cinco mil produtores.
Em 2016, conseguimos uma evolução importante nesse formato de atuação. Concentramos nossa atividade em 17 indústrias de processamento básico. O foco nesses produtores permitirá a realização de iniciativas de manejo responsável de solo e de água, o cadastro rural e o estímulo às práticas de uma agricultura sustentável.
Nosso objetivo é desenvolver esse trabalho nos próximos cinco anos.
Garantia atestada
Garantia atestada
Cadeias produtivas do Amazonas
Valor da floresta em pé
Veja um exemplo: Olhos da floresta
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