Aos 80 anos, Joe Beasley é um veterano na luta pelos direitos civis nos Estados Unidos. Nascido em um cenário de segregação racial no início do século XX no estado da Georgia, o ativista passa boa parte do seu tempo em viagens pelo mundo para mostrar a urgência de mudanças sociais que promovam mais oportunidades aos afrodescendentes em todas as esferas. Na última segunda-feira (28/11), o americano esteve na
Diante de estudiosos, integrantes de ONGs e ativistas do movimento negro, todos ávidos por ouvir sobre suas histórias e conquistas, Beasley contagiou a plateia, de cerca de cem pessoas, com suas ideias. E deixou claro que as mudanças devem partir do entendimento de que o negro é parte importante da sociedade de consumo.
“Somos um bilhão de negros na África, mais 250 milhões no resto do mundo. Temos um grande poder de compra. Precisamos aprender a usar o nosso poder e fazer as empresas entenderem que somos parte da sociedade e importantes”, destacou.
Na pauta, a certeza de que igualdade de direitos passa por oportunidades iguais. E como buscar a transformação do mercado de trabalho, dando chance a todos os segmentos da sociedade?
Braun enumerou as ações implementadas pela
“A gente começou com uma célula pequena, sem querer falar muito, porque queríamos que ocorresse de forma sustentável. Tínhamos parceiros importantíssimos, como ONGs, para começar a tirar isso do papel. Hoje, nós já temos impactados mais de 130 mil jovens do Brasil e a maior parte deles é afrodescendente. Ficamos muito felizes, porque 4,5 mil desses jovens, hoje, são nossos colaboradores ou dos nossos fabricantes. Outros foram contratados por clientes ou até concorrentes. A nossa grande missão é trazer autoestima para esses jovens e dar a primeira oportunidade a eles, além de começar a trabalhar a base”, explicou Braun.
‘Buscamos traduzir a diversidade dentro da empresa’, diz Henrique Braun, presidente da Coca-Cola Brasil
Um dos mais importantes interlocutores da comunidade afrodescendente com o setor corporativo, Beasley acredita que a iniciativa privada é fundamental nessa jornada pela igualdade e exaltou os esforços que a The
“Como uma líder global, a The
José Vicente, por sua vez, lembrou que é fundamental a abertura de mais espaço para os jovens afrodescendentes. Para ele, isso pode ser feito tanto por meio de uma legislação mais rigorosa — com a criação de cotas, nos moldes do que é feito nas universidades públicas — como pelo diálogo e convencimento das empresas sobre a necessidade de uma política de maior igualdade racial nos quadros profissionais.
“O trabalho que a
No próximo dia 7, será lançado em São Paulo o Guia de Equidade Racial, desenvolvido pelo Instituto Ethos. A ferramenta, além de trazer um levantamento da situação nas 500 maiores empresas do país, servirá como base para a discussão e busca de caminhos por mais diversidade no mercado de trabalho. Caio Magri, diretor-executivo do instituto, alertou para a situação atual e a necessidade de políticas mais incisivas.
“Posso dizer que, se continuarmos na mesma velocidade dos últimos 15 anos para promover a equidade, levando em consideração que 51% da população é formada por brasileiras, vamos demorar 70 anos para que as mulheres estejam em igualdade com os homens. Em relação à equidade racial, se continuarmos nesse ritmo, demoraremos 120 anos. Não podemos continuar nesse ritmo. Precisamos acelerar esse processo de diminuição da desigualdade”, alertou Magri, que destacou o trabalho da
O presidente da
“Buscamos traduzir a diversidade dentro da empresa. Nossos produtos, por sinal, são para todos, em todos os lugares do mundo. E assim fazemos nosso negócio”, completou Braun.
Texto produzido por Ecoverde Conteúdo Jornalístico
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