O caminho rumo a um mercado de trabalho mais justo para as mulheres ainda é longo e cheio de obstáculos. Mas as empresas que foram consideradas as 30 melhores na promoção da diversidade de gênero no Brasil, na primeira edição do Guia Exame de Mulheres na Liderança, estão dispostas a trilhá-lo. O Guia é fruto de uma parceria da revista Exame com a ONG Women In Leadership In Latin America (Will), que reúne 2.700 associados em quatro países. No topo desse ranking, está a
Há cerca de cinco anos, no entanto, a situação não era bem assim. Voltemos a 2012:
Naquele ano, a companhia decidiu agir para aumentar a presença feminina em cargos de liderança, e contou apenas uma brasileira expatriada, quando na última década, dezenas de profissionais brasileiros do sexo masculino haviam passado uma temporada em algum outro país onde atua a The
De lá para cá, uma série de esforços foram feitos para mudar essa realidade. Deu resultado: hoje, há nove brasileiras alocadas pela empresa no mundo.
‘Temos que ter consciência todo dia de que estamos abrindo espaço para que a agenda de diversidade mais ampla se consolide e também temos que dar exemplo e desmistificar o sentido de liderança’ – Claudia Lorenzo, vice-presidente de Stills da Coca-Cola Brasil
Desde 2013, as executivas podem levar, por exemplo, algum parente para dividir as tarefas de cuidados com os filhos, com os benefícios estendidos a esta pessoa. E, se alguma preferir não se mudar com toda a família, a empresa paga as despesas com passagens aéreas para casa, de acordo com a política de Sediamento Flexível, que vale ainda para mudanças dentro do Brasil. O benefício também contempla executivos do sexo masculino.
E esses esforços também foram voltados para profissionais no início da carreira na
Autoconfiança para crescer
Outra política da empresa é oferecer coach de carreira para mulheres em cargo de gerência mais júnior, para construir a autoconfiança delas. Isso porque, muita vezes, mulheres que estão muito preparadas para se candidatar a cargos mais altos não o fazem por não acreditarem que estejam prontas. Enquanto homens que talvez não estejam tão prontos têm a autoconfiança para se candidatar aos postos.
Adriana Knackfuss, vice-presidente de Transformação Digital, concorda: “Para mim, a realidade começa a mudar quando temos consciência dessas barreiras e fazemos escolhas de como endereçá-las. É necessário apoio, organização e a busca por referências que nos inspirem nesta jornada”.
A iniciativa de entender melhor o que precisava ser feito para abrir caminho para as mulheres surgiu de uma diretriz definida pela companhia globalmente: ter igualdade de gênero na liderança até 2020. Ao empregar e promover mais mulheres, afinal, a empresa aproximaria seu quadro de funcionários do perfil diverso dos seus consumidores: sete em cada dez refrigerantes da marca no mundo são vendidos para mulheres, mas internamente elas representavam apenas 23% dos executivos — hoje já são 32%. Na
Leo Aversa
No topo do mais amplo levantamento sobre práticas de equidade de gênero do país
Para elaborar o Guia Exame de Mulheres na Liderança, especialistas do Grupo de Pesquisa em Direito, Gênero e Identidade da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo analisaram as respostas de 90 companhias a 71 questões, divididas em duas partes. A primeira abordou políticas e processos e a segunda diz respeito aos dados demográficos da presença de mulheres por nível hierárquico. As que tiveram uma pontuação acima da média foram organizadas por setor — alimentos, bens de consumo, consultoria, energia, farmacêutica, instituição financeira, eletroeletrônico, PME, química e petroquímica, serviços especializados, serviços de saúde, tecnologia da informação e telecom e varejo. O resultado é o mais amplo levantamento sobre práticas de equidade de gênero do país. Em média, as empresas obtiveram uma pontuação equivalente a 32% da nota máxima.
Diante desse ranking, Claudia Lorenzo destaca a importância de dar visibilidade constante ao tema, a fim de provocar a reflexão de homens e mulheres. “Buscamos superar padrões culturais estabelecidos e que funcionam como entraves para o sucesso profissional feminino — e, ao final, de todos os profissionais. Não podemos abrir mão da transparência e da responsabilidade pelas mudanças concretas que os novos tempos requerem”.
Texto produzido por Ecoverde Conteúdo Jornalístico
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